FICHA TÉCNICA
arquitetos: Alexandre
Brasil, Bruno Santa Cecília
prêmios: 3°
lugar em concurso público nacional
local: São
Paulo, SP, Brasil
concurso: 2005
projeto: 2005
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MEMORIAL DESCRITIVO
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ASSENTAMENTO E ORGANIZAÇÃO ESPACIAL: A TÉCNICA COMO ELEMENTO
FUNDADOR DO LUGAR
A ação inaugural que demarca
positivamente o território e define os espaços do Museu da Tolerância
realiza-se a partir de três grandes gestos construtivos rigorosamente
coordenados. Primeiramente, o solo é escavado e contido, gerando o espaço
necessário para a futura ocupação. Desse vazio ergue-se um edifício de
estrutura autônoma que abriga: em subsolo, as áreas de exposição; ao nível do
solo, as áreas publicas e de convívio; e, elevados, os ambientes de trabalho e
estudo. Por fim, os planos de fechamento e vedações externas são agregados a
essa ossatura, conferindo o aspecto final do edifício.
A partir dessa definição inicial, a
técnica é convocada como instrumento fundamental para a desejável liberação do
nível do solo, a favorecer a diversidade das manifestações artísticas e
culturais que o Museu irá catalisar. Cria-se assim um espaço central coberto e
qualificado com trinta e cinco metros de vão livre, a congregar as principais
funções publicas e acessos ao edifício.
Propõe-se uma estrutura composta por
lajes nervuradas em concreto armado com protensão de vigas-faixa transversais
sustentados em seu perímetro por quatro pontos de apoio. A esse sistema
superpõem-se no nível da cobertura vigas longitudinais em perfis metálicos
soldados que permitem atirantar a porção central dos pavimentos inferiores.
Outro conjunto de vigas transversais faz o suporte superior dos painéis de
vedação externos, reforçado a independência construtiva e a constituição
tectônica desses elementos.
A ação que promove a
ocupação do terreno busca ainda garantir a preservação da vegetação existente,
principalmente dos exemplares de maior porte. Para isso, fez-se a separação das
áreas de exposição e de apoio técnico em subsolo a partir do reconhecimento de
um conjunto de três árvores cuja preservação entendia-se como desejável,
orientando o desenho cuidadoso dos arrimos. Ainda pela premissa de preservação
integral dessa vegetação, fez-se opção pela redução da ocupação da porção
superior do edifício em relação aos afastamentos permitidos.
IMPLANTAÇÃO
1º ANDAR
2º SUBSOLO
3º SUBSOLO
2º ANDAR
3º ANDAR
4º ANDAR
O ATENDIMENTO ÀS DEMANDAS DE USO: O
EDIFÍCIO E O ESPAÇO PÚBLICO
Ao se considerar a função social do
museu contemporâneo, há que se privilegiar a criação e manutenção do espaço
público como suporte para a troca, o encontro, a conciliação das diversidades e
o estimulo à vida social e às práticas da tolerância.
Esta proposta busca reforçar o caráter publico e aberto pretendido para a instituição e marcar afirmativamente a presença do Museu da Tolerância no Campus da Universidade através de um amplo espaço público de transição e acolhimento situado ao nível térreo. A promover a ampla liberação do terreno, protegendo e qualificando o nível de chegada, eleva-se a porção superior do edifício acima do solo, definindo, assim, uma plataforma coberta que recebe o pedestre e orienta os fluxos aos diversos itens do programa com clareza e simplicidade. Tratada como continuidade do espaço publico e com o mínimo de obstáculos físicos, esta plataforma-praça reforça o caráter democrático e a total permeabilidade do edifício e das atividades que nele se desenvolvem.
O desenho dessa praça coberta propõe a
reconstrução da topografia e a conciliação das diferenças de nível no terreno
em sua maior dimensão. Convertida em espaço gregário, amplo e desobstruído, ela
reúne os ambientes de caráter mais publico, a saber: cinema, restaurante, loja
e acessos aos demais espaços. A partir dela organizou-se o programa de
necessidades buscando tornar clara distinção entre os espaços de estudo e
aprendizagem, elevados da plataforma de acesso, e os espaços destinados às
exposições museográficas, situados em subsolo. Esta organização almeja a melhor
correspondência entre usos e espaços propostos, privilegiando as melhores
condições de insolação, ventilação natural e vistas significativas para os
ambientes de trabalho ou que demandam permanência prolongada, como biblioteca,
laboratórios, administração, coordenação, auditório e salas de aula.
Modo oposto, a necessidade do controle
estrito da iluminação, dos ruídos e da climatização artificial, orientou a
disposição dos ambientes de exposição em local confinado. Para esses espaços,
foram pensadas grandes áreas livres, a permitir maior liberdade e flexibilidade
na montagem de exibições temporárias e permanentes. Favorecendo essa concepção,
foi proposta a integração dos espaços de apoio e serviço em área adjacente,
concentrando os núcleos de instalações sanitárias, circulação vertical,
vestiários, copa, reserva técnica e montagem.
A concepção do edifício primou por
garantir o acesso universal e irrestrito a todos os espaços que compõem o Museu
da Tolerância. Para tanto, concorre a ordenação vertical do programa de
necessidades em meios níveis favorecendo o uso de rampas acessíveis como
principal elemento de circulação e articulação das funções do Museu. A partir
dessa opção, diferentes atividades desenvolvem-se de maneira contínua e
homogênea sem imputarem verdadeiras rupturas ou segregações aos espaços.
Optou-se pela interiorização dos
ambientes de trabalho e estudo, favorecendo a concentração e a introspecção
necessária ao bom desempenho das atividades produtivas. De maneira contrária,
os espaços coletivos e circulações foram dispostos na periferia dos pavimentos,
estimulando o convívio social e a fruição da paisagem do campus.
A demanda por estacionamento e local
para carga e descarga foi solucionada pelo aproveitamento das áreas externas de
recuo e pela disposição criteriosa das cinqüenta vagas solicitadas, de modo a
garantir a preservação integralmente das árvores existentes e a permeabilidade
do solo garantida pelo piso intertravado com grama. Também foi proposta baia
para embarque e desembarque de veículos de turismo externa ao Museu e
incorporada ao ponto de ônibus existente, o que exigiu seu redesenho.
O TRATAMENTO PLÁSTICO DOS VOLUMES E
SUPERFÍCIES
Esta proposta para o Museu da
Tolerância busca garantir a presença singular do edifício na paisagem através
de sua diferenciação plástica em relação ao seu entorno imediato. Buscou-se
essa diferenciação pela redução das massas construídas e desmaterialização do
volume mais visível, correspondente ao bloco superior.
Foi opção, portanto, fixar o caráter
estereotômico da base, conformando-a a partir de seções e cortes rigorosos
sobre o novo solo criado, a definir os principais acessos e ocultar as maiores
massas construídas. Modo oposto, a porção superior do edifício apresenta-se em
solução tectônica de maior leveza, favorecida pela opção do vão livre central e
redução das massas aparentes. Essas ações reforçam a distinção feita entre as
áreas de exposição situadas em subsolo e ambientalmente controladas, dos
espaços de trabalho e estudo, elevados sobre pilotis e dotados de iluminação e
ventilação naturais.
Além da disposição de parte do programa
edificado em subsolo, outras três estratégias compositivas foram conjugadas
para obtenção do desejado efeito de redução das massas construídas, a saber: a
valorização dos planos de vedação externos como elementos autônomos e
independentes da estrutura portante do edifício; o seu prolongamento para além
dos limites dos pavimentos, a eliminar arestas que pudessem sugerir um volume
prismático; o fracionamento assimétrico desses mesmos planos em conformidade
com os principais acessos à praça coberta; e, por fim, a opção pelo uso de um
material mais claro, regular e com capacidade de transmitir parte da luz
incidente ao interior do edifício.
Para compor os planos de fechamento
externos, elegeu-se como elemento expressivo o mármore branco cortado em chapas
de espessura controlada e fixado em quadros metálicos. Essa opção justifica-se
pelas características singulares do material que permitem conciliar a
necessidade vedação e estrito controle ambiental com a desejável iluminação do
interior dos pavimentos pela luz filtrada pelo mármore. Concorreram ainda para
a escolha deste material, a possibilidade de sua montagem a seco e a geração de
uma epiderme contínua e homogênea. Para as vedações das interfaces sudeste e
noroeste privilegiou-se o uso de panos contínuos de vidro liso e incolor a
privilegiar a maior fruição da paisagem e melhor controle da luminosidade e
ventilação dos espaços de trabalho e estudo.
Na porção oeste do terreno, propô-se um
prolongamento das vedações laterais e cobertura do edifício em direção ao
conjunto de árvores que se fez preservar. Essa solução, além de permitir a
correção das proporções do edifício e de responder à necessidade de controle da
incidência solar direta nos pavimentos superiores, configura um espaço de
transição prolongado e coberto ao nível da praça publica.
O uso dos materiais construtivos em seu
aspecto bruto, a dispensar o uso de revestimentos de qualquer natureza,
pretende minimizar as operações de manutenção e melhor representar os ideais de
simplicidade e honestidade arquitetônicas, imputando ao edifício sede do Museu
da Tolerância o desejável caráter de permanência.
Fica diicil de compreender pois vcs Deveriam ter explicado cada imagem, ou seja, deveriam ter "lido" os cortes, as plantas, a implantacao.... Precisam apresentar o museu explicando-o
ResponderExcluirPrecisam apresentar o museu explicando-o.
ResponderExcluirEstudem minuciosamente esse projeto para que tenham mais facilidade para desenvolverem a sua proposta
Mas o museu escolhido apresenta grande potencial para esse aprendizado
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